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A rua pela foto, a foto pela rua

Victor Dragonetti fundou em 2011 com outros seis colegas o coletivo selvaSP. (Foto: Arquivo Pessoal)
Victor Dragonetti fundou em 2011 com outros seis colegas o coletivo selvaSP. (Foto: Arquivo Pessoal)

Entre os dias 29 de setembro e 03 de outubro de 2014, a Faculdade Cásper Líbero oferece a seus alunos e demais interessados a Semana de Jornalismo. Como parte deste evento, houve um encontro com o fotógrafo vencedor do Prêmio Esso 2013, Victor Dragonetti (Drago), com mediação de Ari Vicentini e Simonetta Perischetti, na noite da última segunda-feira (29/09). A conversa girou basicamente em torno do coletivo selvaSP, fundado em 2011 por ele e mais seis colegas, que conta hoje com vinte e cinco fotógrafos, e que teve papel importante nas manifestações de junho de 2013. Os participantes desse grupo se espalham por São Paulo para clicar, cada qual com seus próprios interesses. A fotografia não representa o mesmo para cada um deles, mas há um ponto em comum: revelar que há arte nas ruas da cidade.

A ideia do Coletivo surgiu em 2012, muito sob a influência do fotógrafo Gustavo Minas, que “representa a fotografia de rua”, segundo Drago. O grupo fez então seu primeiro teste na Virada Cultural daquele ano, já com uma proposta inovadora: após fotografar o evento, decidiram publicar as imagens na rua, através de lambe-lambes e outros materiais. Dessa forma, colocavam seu trabalho em contato direto com os conteúdos que compunham as obras. Daí em diante, passaram a colocar em prática essa proposta: fotografar a rua como forma de se envolver, não com o interesse jornalístico de divulgar o quer que estivesse acontecendo nela.

Fotografia vencedora do Prêmio Esso 2013. Crédito: Victor Dragonetti
Fotografia vencedora do Prêmio Esso 2013. Crédito: Victor Dragonetti

As manifestações de 2013 foram incorporadas pelo Coletivo, e por Drago, que diz ter ido “como manifestante, não como profissional”. Assim, ele foi capaz de clicar fotos impressionantes, inclusive a que lhe concedeu Prêmio Esso daquele ano: a imagem de um policial, controlando um manifestante no chão com uma mão, e apontando sua arma para o fotógrafo (Dragonetti) com a outra. Essa foto causou impacto, e foi divulgada na capa da Folha de S. Paulo, dois dias depois. Entretanto, não da maneira que Drago gostaria. Junto a ela, vinha a manchete: “Governo de SP diz que será mais duro contra vandalismo”, ligando a imagem à ideia de que os manifestantes deveriam ser controlados. Essa experiência afastou-o ainda mais do jornalismo, o que acabou por fortalecer o selvaSP. As imagens divulgadas pelo grupo têm, assim, a missão de revelar a beleza do underground, do público, do real.

Hoje, os participantes do coletivo esperam ser um dia capazes de promover oficinas, mostrar fotos em projetores nas calçadas, transmitir a produção artística da fotografia para cada vez mais pessoas e fazer crescer o envolvimento dos paulistanos com as ruas da cidade. Drago diz não fotografar para ninguém, sua motivação é a arte, a transmissão cultural; “o mais importante é ter história para contar”.

Por David Jaffe Cartum.

Perfil do Autor

David Jaffe Cartum

David Jaffe Cartum, 22, é estudante de Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero e de História na Universidade de São Paulo. Também é estagiário de Artes no Conselho Britânico. Tem grande interesse pelas artes em geral, e tenta sempre dar a sua contribuição para a produção cultural, através de textos e posts.

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