InícioDebate FocaPaywall: Cobrar pela notícia é a melhor saída?

Paywall: Cobrar pela notícia é a melhor saída?

O advento da internet facilitou a vida dos leitores de jornais. Agora, mais do que antes, eles podem ser informados em tempo real de tudo o que está acontecendo em sua cidade e no mundo e tudo isso através de um clique.

A tecnologia que facilitou a vida dos leitores dificultou a vida dos editores, pois a informação que antes era comprada, agora pode ser acessada sem nenhum custo. Para sanar esse mal, que já ocasionou a demissão em massa de muitos jornalistas, alguns veículos impressos estão cobrando o leitor pelas matérias lidas na internet. Esse sistema ficou conhecido como “paywall”.

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De origem americana, “paywall” significa “muro de pagamento poroso”, ou seja, há uma espécie de “filtro” que dificulta o acesso a alguns conteúdos disponíveis online, principalmente no que se refere às notícias e publicações acadêmicas.

Existem dois tipos de “paywall”: o “hard”, que procura permitir o mínimo de acesso aos conteúdos sem assinatura e o “soft”, o mais flexível e utilizado, no qual depois de ler um número X de notícias ou artigos, o visitante é convidado a realizar um cadastro para continuar e, por fim, atingindo a uma cota mensal, deve solicitar uma assinatura. Além das assinaturas digitais, eles são uma alternativa para aumentar o número de assinantes do jornal impresso. Os leitores, que acessam uma maior quantidade de conteúdo online, podem optar também pela entrega da edição impressa aos finais de semana.

Pioneiros

Em 1997, o jornal norte-americano “The Wall Street Journal”, adotou o primeiro sistema de paywall que conhecemos hoje, entretanto, o sistema só se tornou famoso quando o “The New York Times” entrou em cena, em março de 2011. Consequentemente, outros grandes jornais como “USA Today” e o “The Washington Post” aderiram ao novo sistema, que depois espalhou-se pela Europa, em tabloides como “The Sun”, chegando posteriormente ao Brasil.

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O sistema se consolidou em nosso país no ano de 2012, quando a “Folha de S. Paulo” anunciou sua adesão ao “paywall” em junho de 2012. O exemplo do periódico paulista foi seguido por outros grandes jornais como “O Globo”, “Zero Hora”, “O Estado de S. Paulo”, dentre outros.

Polêmica

A adesão ao sistema “paywall” tem gerado polêmicas. De um lado os especialistas defendem que apesar da popularização da internet, a publicidade dela não é o suficiente para cobrir os custos. Por sua vez, os leitores questionam a falta do livre acesso à informação, e a qualidade do conteúdo oferecido.

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Mas será que as novas formas de pagamento são garantia de um bom trabalho jornalístico? Segundo o jornalista Eugênio Bucci, “ainda que a receita publicitária, na imprensa, possa ter cifras mais expressivas do que a receita vinda da venda de exemplares ou de assinaturas, os modelos de negócio no jornalismo devem saber pôr os interesses do público acima – e não ao lado – dos interesses dos anunciantes. A razão para isso é econômica, política e ética (…) de toda forma, nada disso ainda está resolvido. Muitos erros ainda serão cometidos”.

E você, o que acha do sistema “paywall”?

Por Kelly Mantovani.

Leia também:

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 Perfil de Kelly Mantovani

Kelly Mantovani

Pisciana, paulistana da gema e amante de bons livros. Estudante do terceiro semestre de Jornalismo na FIAM (Faculdades Integradas Alcântara Machado), atua como estagiária em Assessoria de Imprensa na Prefeitura de São Paulo e contribui com muito orgulho sugerindo pautas para a Casa dos Focas.

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1 COMENTÁRIO

  1. Super interessante e é um tema que será muito discutido daqui para frente. Será preciso analisar a aceitação dos brasileiros ou grandes portais de notícias gratuitos e desvinculados dos grandes veículos, vão tomar o porre… rs

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