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Não desista do Jornalismo

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Em 2013 ingressei no curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo aqui em Recife. Quando decidi que cursaria jornalismo ouvi muitas críticas, principalmente por familiares que diziam que aqui no estado não tinha emprego, perguntaram se eu queria “morrer de fome” e todas aquelas frases clichês que se escuta quando você decide fazer jornalismo.

Independente das críticas comecei a faculdade. Logo no primeiro semestre uma professora sugeriu um projeto, realizar um livro-reportagem sobre uma roda de terapia comunitária. Sete alunos aceitaram a proposta, e claro que eu estava entre eles. Seria o meu primeiro desafio e eu estava bastante empolgada.

As visitas à roda de terapia começaram no mês de abril. As sessões aconteciam toda quinta-feira em uma praça na Zona Oeste do Recife. As cadeiras eram colocadas em um círculo embaixo de uma mangueira que fazia uma sombra enorme e preso ao tronco da árvore, uma placa que dizia “ Árvore da amizade. Ouvindo histórias, criando laços e refazendo vidas. Desde abril de 2008”. Fizemos muitas visitas, prestamos atenção em cada detalhe das sessões e assim iniciamos o nosso primeiro projeto como futuros jornalistas.

Escrevemos um diário sobre o que acontecia em cada sessão, descrevendo-as do início ao fim, escolhemos nossos personagens. Tive a oportunidade de conhecer duas grandes mulheres que sorriam apesar de estarem passando por muitas dificuldades. Ouvimos histórias incríveis e conhecemos pessoas incríveis.

Roda de terapia comunitária retratada no livro-reportagem "De Dentro Para Fora: Roda de Terapia do Engenho do Meio" Foto: Ramone Soraya.
Roda de terapia comunitária retratada no livro-reportagem “De Dentro Para Fora: Roda de Terapia do Engenho do Meio” Foto: Ramone Soraya.

Nós eternizamos a história daquela roda de terapia, a história de cada um de nossos personagens. Como jornalistas, nós temos esse poder de eternizar histórias, tristes ou felizes. O que falar dessa experiência? Foi simplesmente incrível.

Nunca imaginei escrever um livro-reportagem logo no primeiro ano de faculdade, aprendi muito com essa experiência e também me apaixonei pelo jornalismo literário. Nesse tipo de jornalismo existe um envolvimento enorme entre o jornalista e a história, essa parte é sem dúvida a mais emocionante.

O livro-reportagem, De Dentro Para Fora: Roda de Terapia do Engenho do Meio foi publicado na plataforma online e tive a oportunidade de apresenta-lo no Expocom na categoria Livro-Reportagem, no Intercom que aconteceu em João Pessoa-PB no início deste ano. Entre tantos inscritos, o nosso livro esteve entre os cinco finalistas, foi muito bom ver o resultado de um trabalho para o qual eu tanto me dediquei.

Por isso, se alguém te falar pra desistir do jornalismo, não desista, pois o jornalismo vale muito a pena.

Por Isabella Barbosa

Sobre a Autora

Isabella Barbosa

Estudante do segundo ano de Jornalismo, apaixonada por jornalismo literário, contar e criar histórias. Já estagiou na assessoria de comunicação do Banco do Nordeste em Pernambuco, atualmente é estagiária do departamento de TV da Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco. Para conhecer as histórias criadas e contadas por Isabella é só clicar aqui.

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8 COMENTÁRIOS

  1. Poxa!!O que dizer de palavras tão sinceras?! frases tão espontâneas?! Simplesmente espetacular. Amei sua experiência e me identifiquei bastante com sua história. Sou estudante de jornalismo, vou para o 2º período e completamente apaixonada pelo jornalismo cultural e literário.Desejo cada vez mais sucesso na sua jornada e mais realizações na carreira jornalística.

  2. Olá Isabella! Gostei muito de ler o seu texto, principalmente pelo fato de sempre ouvir coisas do tipo que você ouvia.
    Eu sempre ouço que jornalismo é para “patricinhas e mauricinhos”, que ao contrário de mim, tem condições financeiras de pagar, e ao final no curso, caso não dê certo, ainda tem outras formas de viver a vida.
    Confesso que por muito tempo dei ouvidos a essas palavras, e acabei “perdendo” seis anos de minha vida, sem estudar.
    Hoje sei que se esse é o meu sonho, ninguém poderá me impedir, ninguém poderá dizer se é certo ou não, pois é minha paixão, e devo seguir minhas escolhas de corpo, alma e coração.
    Não desistirei do jornalismo, e começarei a estudar em 2015. Obrigada pelas palavras!
    Abraços!

    • Nunca desista dos seus sonhos, Mariana. O jornalismo não é para quem está em uma classe social específica, mas para quem nasceu com curiosidade, e procura a verdade. Siga essa paixão e com certeza se tornará uma ótima jornalista. Até mais! 😉

  3. Genteeee, cai de paraquedas aqui e cara, estou na mesma, sou de Recife sempre tive o desejo de cursar Jornalismo porém as criticas são grandes… Entre elas “VAI MORRER DE FOME” “NÃO TEM EMPREGOS EM RECIFE_PE” Mas hoje estou tentando superar isso e ano que quem se Deus quiser me matriculo no curso. Já estou decidida independente dos comentarios negativo, principalmente da familia.

    • Olá, Cassiane!
      Tudo bem?
      Se esse é o seu sonho, não desista! Dificuldades existirão em qualquer profissão. O importante é fazer o que você gosta.
      Conte com o nosso apoio! 😉

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