Linguagem clara, apuração séria e tempo para produção de uma reportagem. Estes são apenas alguns dos aspectos apresentados no decálogo para jornalistas.

Recentemente, passeando pela internet, encontrei um interessante decálogo para jornalistas. O autor desses dez mandamentos para jornalistas é Tomás Eloy Martínez, jornalista e escritor argentino falecido no ano de 2010.
Acredito que os pontos por ele levantados ajudarão muitos profissionais da imprensa e também estudantes de jornalismo a refletir sobre nossa missão na sociedade. Por este motivo, resolvi traduzir e reproduzir com algumas adaptações a íntegra destes dez mandamentos do jornalista.
Com o objetivo de facilitar a leitura, destaquei os pontos que considerei importantes em cada um dos itens desse decálogo. Confira abaixo e comente o que achou desses dez mandamentos do jornalista:

Decálogo do jornalista
1) O único patrimônio do jornalista é seu nome. Cada vez que se assina um artigo incompleto ou infiel à própria consciência, se perde parte ou todo desse patrimônio.
2) Temos que defender diante dos editores o tempo que cada um necessita para escrever um bom texto e o espaço que necessita dentro da publicação.
3) Uma foto que serve somente como ilustração e não acrescenta informação alguma não pertence ao jornalismo. As fotos não são um complemento, mas notícias em si mesmas.
4) Temos que trabalhar em equipe. Uma redação é um laboratório no qual todos devem compartilhar suas descobertas e seus fracassos, e no qual todos devem sentir que, o que acontece com um acontece com todos.
5) Não devemos escrever uma só palavra da qual não estejamos plenamente seguros, nem dar uma só informação da qual não tenhamos plena certeza.

6) Temos que trabalhar com os arquivos sempre à mão, verificando cada dado e estabelecendo com clareza o sentido de cada palavra que se escreve.
7) Evitemos o risco de servir como veículo dos interesses de grupos públicos ou privados. Um jornalista que publica todos os boletins de imprensa que lhe dão, sem verificá-los, deveria mudar de profissão e dedicar-se a ser um simples mensageiro.
8) É necessário usar sempre uma linguagem clara, concisa e transparente. No geral, o que se diz em dez palavras sempre pode se dizer em nove ou em sete.
9) Encontrar um eixo e a cabeça de uma notícia não é uma tarefa fácil. Tampouco o é narrar uma notícia. Nunca devemos narrar algo que não estejamos seguros de que se possa fazer com clareza, eficácia e pensando mais no interesse do leitor do que no próprio.
10) Recordar sempre que o jornalismo é, antes de tudo, um ato de serviço. É colocar-se no lugar do outro, compreender o outro. E, às vezes, ser outro.
Por Emílio Portugal Coutinho