InícioDebate FocaPor que fazer um intercâmbio profissional na Índia?

Por que fazer um intercâmbio profissional na Índia?

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“Pensei que essa viagem poderia ser muito benéfica não só em relação a minha carreira, mas a questões como autoconhecimento e crescimento pessoal”, diz Maruscka Grassano.

Além de Jornalista, Maruscka Grassano de 27 anos é pós-graduada em Marketing e Negócios pela Universidade Federal de Juiz de Fora, também escreve para o “Que Horas Son Mi Corazon” (www.quehorassonmicorazon.com), um blog que divide o espaço com seus amigos para compartilhar opiniões, ideias, dicas e experiências sobre esporte, saúde, cultura, turismo, gastronomia e comportamento. Sua primeira viagem de intercâmbio através do Programa Talentos Globais da AISEC – uma rede global formada por jovens universitários e recém-graduados, que, por meio do trabalho e de intercâmbios profissionais, explora o potencial de desenvolvimento de seus membros, para que impactem positivamente na sociedade – foi em 2009 para a Colômbia, na volta teve certeza que precisava morar fora novamente, e tinha que ser em um país onde pudesse aperfeiçoar o inglês e se sentir mais segura com a língua. Foi quando decidiu que a Índia seria seu próximo destino: “Era onde tinha mais vagas para a minha área de atuação e as empresas daqui me respondiam com mais agilidade”, relatou Maruscka que ainda está em solo indiano e conta cada detalhe dos seus trabalhos em destinos “alternativos”, como ela mesma chama.

Atualmente Maruscka trabalha em Jaipur, na agência de turismo Pinky Forex Tours & Travels, o foco da organização é o DMC (Destination Management Company), ou seja, uma empresa especializada em receber turistas na região e tem como objetivo proporcionar as melhores experiências dando suporte aos clientes. Sua função é fazer o marketing e promover o Festive Tours, entrando em contato com agências do mundo inteiro, tentando firmar parcerias, elaborando campanhas e atualizando as redes sociais. Sua maior dificuldade é trabalhar oito horas ininterruptas no computador e ainda se acostumar com o sotaque indiano na hora de falar inglês: “No Brasil, dava pra bater um papo quando eu me cansava de olhar pra tela do computador”, relembrou a jornalista que, entretanto, afirma que pela segurança que está adquirindo com o seu inglês, pelo o que ainda vai aprender lidando com as diferenças e pela experiência no trabalho, a estadia na Índia vai interferir muito em sua carreira, mais ainda quando voltar ao Brasil: “Sempre me considerei muito resiliente e essa característica vai se potencializar”, explica a intercambista, que não teve nenhum problema para se adaptar, nem mesmo com a comida que é muito apimentada; teve medos no começo, mas hoje até gosta muito da culinária indiana. “Com o trânsito talvez eu não me acostume nunca, é buzina para todos os lados. Mas aprendi a controlar e não me estressar com isso, já que ficarei mais seis meses por aqui”, ressaltou.

A religião que prenomina na Índia é o Hinduísmo (politeísta que acredita em mais de um Deus). O Budismo e o Cristianismo também tem seu espaço. É um país conhecido por suas tradições milenares mantidas até hoje.

A moeda usada é a Rúpia, muito desvalorizada em relação ao Real, o país vive uma crise visível, basta caminhar pelas ruas de qualquer cidade para ver a atual situação, segundo Maruscka tudo é muito barato; a comida e o aluguel principalmente. Ela que sempre se sensibilizou com a miséria, lá não se sente mal, percebe que essa visão equilibrada é o reflexo da própria postura dos indianos: “Eles parecem aceitar sem sofrimento a condição em que vivem”, comentou.

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Quando perguntei quais são os planos para a carreira profissional, foi respondido que essa era a pergunta da vida dela, se ver no futuro é um exercício duro, e, portanto tem problemas em escolher algo para o resto da vida, tem várias ideias pra carreira e vida pessoal, mas por enquanto está focada no aqui e no agora. Completou a resposta parafraseando Pedro Bial, citando um trecho do texto Use Filtro Solar: “Não se sinta culpado por não saber o que fazer da vida. As pessoas mais interessantes que eu conheço não sabiam, Aos 22, o que queriam fazer da vida. Alguns dos quarentões mais interessantes que conheço ainda não sabem.”

Maruscka acredita que fatalmente as pessoas vão crescer e evoluir com experiências fora do seu próprio país: “Não fazia ideia de quanto aquilo (seu primeiro intercâmbio) abriria minha cabeça”, relembrou. E para ela, uma palavra que defini essa sua grande experiência é: Descoberta.

A AIESEC

Organização sem fins lucrativos, gerida por jovens, que desenvolve liderança responsável e empreendedora por meio de intercâmbios realizados em parceria com organizações, instituições e negócios ao redor do mundo. “Está presente em mais de 180 países e os que lideram o ranking de vagas são Índia, China, Colômbia, Alemanha e Turquia”, relata o diretor de Marketing e Relações Públicas da AIESEC em Juiz de Fora, Lucas Guedes.

Para entrar no Programa Talentos Globais da AIESEC é necessário ser graduando, pós-graduando ou formado em até dois anos, precisa ter entre 18 a 30 anos de idade e ainda falar inglês ou espanhol. É voltado para estudantes universitários que buscam uma experiência prática e orientada para o desenvolvimento de liderança como forma de complementar sua experiência acadêmica. “Atualmente, a prova de que esse desenvolvimento acontece, de fato, é termos Alumni (ex-membros da organização) trabalhando em empresas como Google, Votorantim, DHL, Fundação Estudar, PwC, Microsoft, BOSCH, etc. Para se enquadrar no perfil é importante que o candidato ao intercâmbio demonstre em seu comportamento os seis valores da AIESEC: Buscar a Excelência, Demonstrar Integridade, Ativar a Liderança, Viver a Diversidade, Desfrutar da Participação e Agir Sustentavelmente. Em geral, as empresas se satisfazem com essa filtragem, buscando coletar somente dados técnicos e perceber aspectos específicos do conhecimento que o intercambista tem dentro de sua área de curso, pois eles serão necessários para execução das atividades referentes ao projeto e/ou trabalho que ele assumirá no outro país”, esclarece Lucas.

Por Nicole Peraccini

Perfil da autora

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Nicole Peraccini tem 23 anos, mineira e estudante de jornalismo na Faculdade Estácio de Sá e também cursa história na Universidade Federal de Juiz de Fora, já fez estágio de Assessoria de Comunicação e se encontrou nessa área. É apreciadora dos pequenos prazeres da vida e viajar é um deles. Encontrou no jornalismo um canal para a criatividade e uma forma de sintetizar suas ideias.

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