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Um foca na Redação

Ricardo Chapola

Ricardo Chapola é um típico foca que logo cedo encontrou o seu caminho no jornalismo. Nascido na cidade de Araras, interior de São Paulo, começou ainda no período de faculdade a trabalhar como estagiário na editoria de política do Jornal O Estado de S. Paulo, em 2010. Dois anos depois se formou em Comunicação Social-Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.

O jovem jornalista de apenas 25 anos já possui uma boa experiência na editoria de política, tendo feito a cobertura das eleições presidenciais de 2010, as de 2012 e agora as de 2014. Entre o período de 2010 e 2012 teve breves passagens por editorias de esportes e cidades. “Tudo isso contribuiu bastante para me elevar ao patamar onde estou hoje. Evolui muito em termos profissionais, bem como textuais”, afirma.

De acordo com Ricardo, o maior desafio que se enfrenta quando se é novo na profissão “é saber lidar com o fardo das inexperiências. “Tem gente que nem dá trela pra você”, disse. Apesar disso, em nenhum momento de sua vida pensou em abandonar a profissão.

Mas não é só de jornalismo que ele vive. Chapola possui “uma paixão arrematadora pela literatura, mais precisamente ao universo das crônicas”, como ele mesmo diz, que “nutre desde a adolescência”. Segundo ele, o fato de afundar-se em leituras o ajudou muito a estar em uma das principais editorias do jornal e ainda ganhar um blog no mesmo veículo, o “Crônicas do Cotidiano”.

O gosto por ler e escrever foram primordiais para a escolher a carreira de jornalista, entretanto, outro fator o influenciou: a sua extrema curiosidade a respeito de tudo. “Sempre fui muito perguntador, às vezes até inconveniente”, recorda.

Defensor da obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo, Ricardo não crê que a profissão seja pura técnica e define o papel do jornalista como fiscalizador na sociedade. “Escarafunchar coisas para as quais os outros órgãos reguladores, por exemplo, fazem vista grossa. Fora isso, transformar isso tudo em algo compreensível a gregos, troianos, paulistas ou baianos. Só assim o jornalismo, a meu ver, cumpre totalmente o seu dever social.”

Chapola se sente muito feliz em trabalhar para um dos principais jornais do Brasil, mas ao mesmo tempo sabe que é uma grande responsabilidade assinar matérias carregando junto toda a história do jornal. Entretanto, isso só lhe faz aumentar o zelo com cada reportagem que produz.

Sua rotina sempre é bem diversificada. “Tem dias que começo cedo, outros mais tarde. De qualquer maneira, descanso mesmo só depois das 21h30. Esse tempo todo a gente se dedica a pautas na rua, cafés com fontes, redigindo matérias, telefonemas um atrás de outro.”

Perguntado se acredita na visão um tanto romântica de que o jornalismo pode mudar o mundo, Ricardo responde que “mudar” soa para ele de forma muito ambiciosa. “Melhorar um pouquinho talvez seja mais adequado”, acrescentou.

Sobre política, o jornalista explica que antes de entrar na redação, já gostava do tema, e começar a trabalhar nessa editoria, só aumentou ainda mais a sua preferência. Apesar do rótulo que a política apresenta, de ser um assunto chato, Chapola sugere que os focas acompanhem o noticiário político “mesmo que considerem um porre”.

“A gente precisa lidar com umas coisas azedas na vida. Acontece que algumas delas são superimportantes e podem definir o futuro de um País. É o caso da política”, ressalta.

Seus planos para o futuro: “basicamente me dedicar ao jornalismo político até quando minha saúde pedir água. Isso, claro, sem largar o blog, a literatura – isso está fora de cogitação. Depois disso, pretendo me embrenhar de vez nas crônicas. Quero ser escritor. Também não descarto a vida acadêmica.”

Como sugestão de leitura, o jornalista recomenda que se “leia de tudo, e mais algo, até mesmo aquilo que não se gosta. De prosa a poesia, receita de bolo a bula de remédio”. Seus cronistas prediletos são Luís Fernando Veríssimo, Antonio Prata, Mario Prata, Fernando Sabino, Nelson Rodrigues, entre outros.

Finalizando a entrevista, Chapola ainda aconselhou os focas: “Força na peruca, moçada. Como diz o provérbio popular brasileiro: o samba urge, a Sapucaí é grande. Samba no pé. Não se abatam. Foquem no que querem e ripa na chulipa”.

Por Emílio Portugal Coutinho

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Emílio Coutinho
Emílio Coutinho
O jornalista, professor universitário e escritor Emílio Coutinho criou a Casa dos Focas em 2012 com o objetivo de oferecer um espaço para o ensino, a reflexão, o debate e divulgação de temas ligados ao jornalismo e à comunicação em geral.
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