InícioNotícias“Eu sou a História”, afirma pioneira da TV

“Eu sou a História”, afirma pioneira da TV

Vida Alves contou para os alunos as dificuldades do período de implantação da TV no Brasil. Foto: Tiago Alves
Vida Alves contou para os alunos as dificuldades do período de implantação da TV no Brasil. Foto: Tiago Alves

Ela testemunhou a inauguração da TV no Brasil, trabalhou com Assis Chateaubriand e deu o primeiro beijo das nossas telenovelas em “Sua vida me pertence”, exibida pela TV Tupi em 21 de dezembro de 1951. “Eu sou a História. Estou aqui pra falar do primeiro beijo que dei na TV, mas quem me beijou já morreu, então sou a única testemunha. Posso falar o que eu quiser”, disse a atriz Vida Alves, em tom bem-humorado, ao abrir a edição 2014 da SECOM FAP (Semana de Comunicação da Faculdade do Povo), em 06/10.

Antes de começar seu bate-papo com os alunos da faculdade, Vida, que preside o Museu da Televisão e a Pró-TV – Associação dos Pioneiros, Profissionais e Incentivadores da Televisão no Brasil – foi surpreendida por uma homenagem produzida pelos estudantes que integram a Agência Experimental de Comunicação Integrada da instituição. Eles apresentaram um vídeo, que resgata a trajetória da atriz e traz depoimentos de amigos e colegas de trabalho. “Foi uma das homenagens mais lindas e bem produzidas que já me fizeram”, declarou Vida, emocionada.

Durante o bate-papo, ela esbanjou simpatia e irreverência, principalmente quando tocou no seu assunto preferido: suas bisnetas. Ela disse ter muito orgulho de sua família e que “ser Vida Alves” não é só ser uma pioneira da TV, mas ser avó. “Minha família é muito importante pra mim. Eu posso estar palestrando para autoridades, mas sempre vou falar das minhas bisnetinhas.”

A atriz contou para os alunos as dificuldades do período de implantação da TV no Brasil, quando tudo era feito ao vivo. Ela ressaltou que os profissionais de TV na década de 1950 tiveram que trabalhar duro, pois as condições e os equipamentos não eram os mesmos de hoje. “Éramos jovens e cheios de vontade. Não havia videotape e, quando ele chegou ao Brasil, o rolo era do tamanho de um pneu e a fita era cortada com gilete. Não podíamos ficar repetindo a mesma cena toda hora. Tínhamos que saber todas as falas de cor. Não existia também um departamento de figurino. Para atuar nas novelas, pegávamos roupas que tínhamos em casa, um vestido da mãe, um paletó do pai, enfim”, explicou.

A atriz ainda analisou a qualidade das novelas atuais. “As telenovelas estão repetindo os mesmos temas. Não há inovação. Mesmo assim eu as assisto”, afirmou.

Segundo Vida, a televisão possui três papéis fundamentais: entreter, informar e educar, mas este último tem sido esquecido há algum tempo.

Ela ainda destacou aos alunos a importância do trabalho que realiza na Pró-TV, na preservação da memória da nossa televisão, que há muito é confundida como a própria história do Brasil.

Além dos alunos da instituição, estava na plateia o pesquisador da Universidade do Texas, o mexicano Julian Etienne, que está realizando uma tese de doutorado sobre as semelhanças e diferenças das televisões brasileira e mexicana.

A SECOM FAP 2014 segue com palestras de renomados profissionais da comunicação até a próxima sexta-feira (10/10).

Por Beatriz Sanz.

Perfil da Autora

Beatriz Sanz

Beatriz Sanz é estudante de Jornalismo da FAPSP. Ama Futebol, Política e Economia. Ouve Bob Dylan e lê Dante Alghieri. Escolheu o Jornalismo como profissão por acreditar que sua missão é contar histórias.

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