10 dificuldades para narradores de futebol

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Microfone

Quando assistimos ou escutamos um jogo de futebol na rádio, imaginamos ser uma maravilha a vida dos narradores. Ar condicionado, lanches, água, refrigerante, só mordomia. Mas a realidade não é bem esta. Você já parou para pensar como é uma transmissão ao vivo e o que acontece nos bastidores? Se você pretende um dia se tornar um narrador de futebol é bom conhecer as principais dificuldades encontradas pelos profissionais da área.

Uma pesquisa feita pelo blog “UOL Esporte vê TV” conversou com vários narradores esportivos de grandes emissoras que contaram as dificuldades que vivem nos estádios brasileiros. Confira abaixo o resultado da pesquisa:

1- Intimidação e falta de educação de torcedores
Em muitos estádios, principalmente os mais antigos, as cabines de imprensa ficam muito próximas à área onde transitam os torcedores. Isso gera não só abordagens simples, que atrapalham a transmissão, como também xingamentos e até intimidação se o tom de voz na narração do gol do time rival for muito forte. Ou, simplesmente ali vira um ponto de descarrego de xingamentos pela derrota. “A reação da torcida piorou muito nos últimos tempos, está mais agressiva e sem respeito”, falou Téo José, da Band.

2- Cabine pequena e logística falha até para ir ao banheiro
Ter que narrar próximo aos torcedores é um problema. Mas ter que fazer isso em um espaço pequeno, com visibilidade ruim e falhas de saída para outros lugares é ainda pior. Narradores dizem que a maioria dos estádios têm cabines muito pequenas para todo o equipamento necessário, e sair para ir ao banheiro chega a ser uma aventura, muitas vezes tendo que passar no meio da torcida.

3- Falta de estacionamento para os profissionais
Câmeras, tripés, fios e várias caixas. Levar tudo isso para uma cabine não é fácil. E, não tendo nem onde parar o carro para transportar tudo isso, fica ainda pior. Sem estacionamento de imprensa na grande parte dos estádios, muitas vezes a solução é parar o carro na porta e descarregar tudo. O que atrapalha o trânsito se naquela porta de entrada estiver uma rua cheia de carros na hora de jogo. “Poucos são estádios que acomodam a imprensa e seus veículos”, falou Jota Júnior, do Sportv.

4-Calor excessivo nas cabines
Criticar a falta de ar condicionado pode parecer chatice por luxo desnecessário. Mas não é bem assim não. Imagine narrar um jogo neste verão, com sol a pino na cabeça, às 16 horas. Os profissionais da narração dizem que ficam em um verdadeiro forno e ensopados para trabalhar onde não tem ar, e quase nenhum deles têm.

5- Falta de policiamento na saída
Os narradores, na grande maioria das vezes, saem muito depois do fim de uma partida. Horas depois. Quase sempre quanto tudo está escuro. E dizem que inexiste policiamento nesse horário, em que a torcida já se foi. Se a segurança para torcida já não é mais necessária ali, o risco de ladrões para roubar equipamentos não deixa de existir, o que deixa os profissionais apreensivos.

6- Falta de sinal de telefone e internet
O Pacaembu é quase unânime nessa crítica dos narradores, que dizem não existir sinal de telefone e internet para poderem fazer pesquisas na hora do jogo e falar com as bases de suas empresas.

7- Começar a transmissão sem a escalação dos times
Esse problema é apontado sobretudo em jogos de times pequenos da Copa Libertadores da América. Jornalistas dizem que não existe um serviço de assessoria de imprensa que confirma a escalação da equipe da casa, ninguém diz saber nada, e o narrador tem que começar o jogo torcendo para que o que está nos jornais e internet seja o que está em campo.

8 – Cadeiras e mesas improvisadas
Narradores dizem que não existe material pronto e fixo para sentarem em alguns locais, sobretudo em jogos no interior. Cadeiras e mesas de plástico, e de ferro, são as soluções na maioria das vezes. Reclamar de mais? Passe de duas a quatro horas sentado em uma cadeira dessas para trabalhar, argumentam os cronistas da TV. “Já teve jogo que sentei até em mesinha de bar”, contou Hugo Botelho, da ESPN.

9 – Esperar horas pelo link ao vivo e o sinal cai
Depois das partidas, muitas das emissoras entram com seus programas de pós jogo em que passam pelas várias cidades para chamar os narradores para contar a história do jogo. Eles têm que ficar ali, em pé, aguardando para serem chamados ao vivo a qualquer momento. E, muitas vezes, o sinal cai e ficam frustrados. Isso não chega a ser um problema grande, mas é motivo de irritação.

10 – Não poder entrar com garrafa plástica de água em estádios
Assim como os torcedores, os narradores também não podem entrar com garrafas de plástico nas arenas. Só que, nem todos estádios, segundo eles, entregam água com frequência para os profissionais trabalharem.

Por Luiz Felipe Duarte Veloso com informações do blog “UOL Esporte vê TV”

Perfil de Luiz Felipe Duarte Veloso

Luiz Felipe Duarte Veloso
Luiz Felipe tem 20 anos e cursa o quinto semestre de Jornalismo na FIAM/FAAM na cidade de São Paulo, gosta de ler bons livros, frequentar o cinema, teatro e shows de MPB. Há um ano trabalha na área de jornalismo televisivo.

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