InícioNotíciasAli Kamel deixará a direção de Jornalismo da Globo

Ali Kamel deixará a direção de Jornalismo da Globo

A informação foi confirmada pela TV Globo, que já definiu quem será o sucessor de Kamel.

Foto: Divulgação/Renato Velasco/Globo.

A partir do dia 1º de janeiro de 2024, Ali Kamel não será mais diretor-geral de jornalismo da Globo. A informação foi confirmada na manhã desta terça-feira, 29 de agosto, pelo diretor-presidente da Globo, Paulo Marinho, através de um comunicado interno.



Novo Diretor de Jornalismo já foi definido

Segundo o documento, o jornalista de 61 anos manifestou, em julho do ano passado, o seu desejo de deixar as funções executivas e as atividades diárias após 34 anos no Grupo Globo, sendo 22 deles na emissora, e em posições de liderança.

O sucessor de Kamel já foi definido: Ricardo Villela, que atualmente é o diretor-executivo de jornalismo do grupo, assumirá a função. Kamel, por sua vez, assumirá a coordenação do Conselho Editorial do Grupo Globo, presidido por João Roberto Marinho.



Breve histórico profissional de Ali Kamel

Ali Kamel é formado em Comunicação Social e Ciências Sociais. O profissional trabalhou no jornal O Globo, onde atuou como chefe de reportagem dos jornais de bairro, chefe de reportagem da editoria geral, diretor da sucursal em Brasília, editor-chefe e diretor-executivo.

Já na TV Globo, antes de assumir seu cargo atual, Kamel desempenhou as funções de diretor-executivo da Central Globo de Jornalismo e diretor-geral de Jornalismo e Esportes. É dele a ideia de realizar sabatinas com os candidatos à presidência ao vivo no Jornal Nacional.



Confira abaixo o comunicado na íntegra:

Caras equipes, em julho do ano passado, Ali Kamel procurou a mim e ao João Roberto Marinho para falar de planos para o futuro. Após intensos 34 anos dedicados a funções executivas no Grupo Globo, 22 deles na Globo, disse que gostaria de desacelerar. Passada a surpresa inicial, já que Ali está no auge de sua capacidade de pensar jornalismo e gerir Redações, procuramos entender suas motivações. Em 1º lugar, o desejo de experimentar uma rotina diferente da exigida pelos desafios diários dos cargos de liderança em jornalismo. Ao Ali, nunca faltou entusiasmo pela profissão. Seu grau de comprometimento e dedicação sempre foi extremo, sua lista de realizações, enorme. Era natural que chegasse o dia em que desejasse mais tempo para outras atividades. Em 2º lugar, a certeza de ter desenvolvido profissionais capazes de seguir praticando um jornalismo baseado na pluralidade, isenção e busca pela apuração precisa dos fatos. Ali é um construtor de equipes. Tem uma rara capacidade de explanar cada movimento, sempre amparado em análise minuciosa de fatos e opiniões. E essa qualidade facilitou muito a elaboração de sua sucessão, da qual falaremos mais adiante.

Esta é, afinal, uma parceria difícil de abrir mão. Ali sempre foi um companheiro sereno, íntegro, decisivo. Ao longo dos últimos 22 anos, coordenou a cobertura de 6 eleições presidenciais e 5 eleições municipais. Entre tantos projetos, como ‘Caravana JN’, ‘JN no Ar’, ‘O Brasil que eu quero para o futuro’ e ‘Brasil Em Constituição’, foi dele também, em 2002, a ideia ousada de entrevistar os candidatos à presidência durante o ‘Jornal Nacional’, algo até então inédito e que hoje se tornou um evento central, aguardado e muito esclarecedor das campanhas eleitorais. Em todos os grandes eventos, nacionais e internacionais, pudemos sempre contar com a certeza de que, com ele à frente, nosso jornalismo cobriria os fatos com a qualidade que desejamos.



Mas, quem conhece bem o Ali sabe que, de todas as coberturas nesses anos todos, a que lhe demandou mais, profissional e emocionalmente, foi a da pandemia. Justamente quando o jornalismo seria mais necessário e nossas equipes mais exigidas, as condições de trabalho impostas pela realidade eram as mais duras. Sob sua liderança, os telejornais cresceram de tamanho, um programa diário dedicado à pandemia foi criado do zero em 24 horas, o espaço do noticiário disparou. Colegas adoeceram. Em meio a tanto empenho de todas as equipes, Ali, além da minuciosa supervisão do trabalho jornalístico em si, passou a incluir duas novas tarefas em sua rotina. Diariamente, escrevia ou telefonava para os colegas doentes ou seus parentes em buscas de notícias de um a um. E, à noite, enviava a todos um relatório intitulado “Nossos colegas”, com um balanço transparente dos doentes e recuperados. Muitos colegas nossos se lembram com emoção desse gesto.

Após deixar a direção geral de Jornalismo da Globo, as atividades diárias e as funções executivas, Ali, a convite de João Roberto Marinho, assumirá a posição agora criada de Coordenador do Conselho Editorial do Grupo Globo. Numa conversa recente, João, que preside o Conselho com grande engajamento, resumiu assim sua decisão: “Trabalho junto com o Ali desde o início da década de 90, uma relação profissional de muita confiança e respeito. Ao convidá-lo para me ajudar no Conselho, minha ideia é continuar a contar com sua capacidade de reflexão e análise. Estou convencido que será muito positivo para todo o grupo.

Para suceder ao Ali como diretor-geral de Jornalismo a partir de primeiro de janeiro de 2024, convidamos um companheiro que esteve ao lado dele nestes anos mais recentes. Ricardo Villela chegou à Globo em 2005, após dez anos de experiência no jornalismo impresso com passagens pelo ‘Jornal do Brasil’ e pelas revistas ‘Veja’ e ‘Playboy’. Foi editor de política, editor-executivo e editor-chefe do Jornal da Globo. Coordenou o ‘Jornal Nacional’ e chefiou a redação de São Paulo antes de assumir a direção de Jornalismo da Globo em Brasília. Como o Ali, viveu em Brasília algumas das coberturas mais relevantes de sua vida. Ali dirigia a redação de ‘O Globo’ na capital em 1992, no impeachment de Fernando Collor. Villela dirigiu a redação da Globo em Brasília durante os turbulentos anos de 2013 a 2018. Em 2019, transferiu-se para o Rio – e, desde 2021, tem ajudado Ali de perto como diretor-executivo de jornalismo.



Para o lugar de Villela, convidamos Miguel Athayde, diretor da GloboNews. Miguel é o que podemos chamar de prata da casa. É jornalista da Globo desde 1994. Foi produtor dos jornais locais do Rio, editor-executivo e editor-chefe do ‘Bom dia Brasil’. Em 2012, foi convidado a assumir a direção regional de jornalismo do Rio, posição em que comandou coberturas importantes como a preparação da cidade para sediar os Jogos Olímpicos de 2016. Desde 2018, Miguel dirige a GloboNews, onde liderou a cobertura das eleições no ano passado e ampliou a cobertura ao vivo para 20 horas diárias.

Durante os próximos meses, Ali, Villela e Miguel trabalharão juntos na transição.

Em meu nome e da minha família, agradeço ao Ali pelos anos de dedicação e empenho que tanto nos ajudaram a escrever a história da Globo até aqui. E desejo a ele, ao Villela e ao Miguel sucesso nas novas funções nos anos que estão por vir.

Paulo Marinho, Diretor-presidente da Globo

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Emílio Coutinho
Emílio Coutinho
O jornalista, professor universitário e escritor Emílio Coutinho criou a Casa dos Focas em 2012 com o objetivo de oferecer um espaço para o ensino, a reflexão, o debate e divulgação de temas ligados ao jornalismo e à comunicação em geral.
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