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Documentário “Abaixando a Máquina”

O post de hoje é sobre o documentário brasileiro, “Abaixando a máquina: ética e dor no fotojornalismo carioca”, com direção de Guillermo Planel e Renato de Paula, lançado em 2007.

O documentário revela a rotina dos fotojornalistas na cidade do Rio de Janeiro, que fotografam em meio a conflitos, balas perdidas e momentos duros na nossa realidade. Eles devem mostrar muito além do fato, tentar captar a emoção do momento que fica perpetuado na foto.

A responsabilidade é do fotógrafo, que capta aquilo que está vendo no momento, o instante decisivo antes do clique. Ele escolhe dentro de um plano amplo aquilo que quer mostrar. A imagem passa a percepção da realidade, ele promove essa visão com o clique, aquilo que ele registra. Entretanto, o jornal é uma empresa que tem que vender seu produto, mas existe um ponto em que o fotógrafo tem que abaixar sua máquina e reconhecer que existe um limite, que ele é um ser humano atrás dessa máquina. Apesar do objetivo capitalista do jornal, o fotógrafo deve ter a foto não só para causar impacto mas também para mostrar a realidade que estava presenciando e revelar que algo deve ser mudado.

Os pontos positivos são maiores que os negativos no fotojornalismo. Apesar da sua rotina dura de captar registros de coisas que nem sempre são agradáveis aos olhos, existem fotos que mesmo sem ter sangue, que não apelam para esse tipo de recurso, podem chocar mais ainda como foi mostrado no documentário, a foto de uma mãe chorando. O fotógrafo se sente impactado pelas coisas que fotografa, questiona os direitos que ele tem de registrar imagens tão duras, da dor do outro, que muitas vezes não são respeitadas.

O fotojornalismo trabalha com informações visuais, ele pode colocar uma legenda na foto mas a imagem é paralisada, vinculada a um contexto. O fotojornalista tem que definir uma foto de forma precisa, é necessário técnica e sorte: a primeira para aproveitar de forma eficiente o momento que por sorte aconteceu perto do fotojornalista. A foto tem um impacto maior, com muita informação contida. A percepção está ligada ao contexto e ao instantâneo que fazem o momento decisivo para o clique. O fotógrafo recorta um momento para mostrar alguma coisa, uma informação, um resumo do todo. A ética se revela no fato da foto ser maior do que simplesmente um mecanismo para chocar e vender jornal mas sim mostrar que é necessária a mudança. Cabe ao fotojornalista decidir se clica ou não e quais podem ser as repercussões desse ato de clicar, ele tem um comprometimento ético que é aprendido com a sensibilidade e a identificação com o outro.

Assista o documentário na íntegra clicando aqui.

Por Juliana Pires Curty.

Leia também:

– O Jornalismo Investigativo

– Apu Gomes conta sua experiência no fotojornalismo

– A carreira de um fotojornalista

Perfil de Juliana Pires Curty

Juliana Pires Curty

Juliana Pires Curty é estudante de Comunicação Social/ Jornalismo na PUC-Rio. Atualmente no 5º período. Eterna bailarina, apaixonada por dança e pelas letras. Quando era criança tinha o Jornal JT com o primo. Hoje sonha em ser uma jornalista “de verdade”. Passou dois anos estudando relações internacionais. Faz estágio com assessoria de imprensa e tem o Blog da Ju, sobre jornalismo, cultura e entretenimento.

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