InícioNotíciasRecorde mundial: quase trezentos jornalistas foram presos em 2021

Recorde mundial: quase trezentos jornalistas foram presos em 2021

Segundo o censo anual de jornalistas presos, divulgado pelo Comitê para Proteção de Jornalistas, a China continua sendo o país que mais prende jornalistas.

Foto: Koshu Kunii/Unsplash

Durante o ano de 2021 um novo recorde mundial foi batido: 293 jornalistas foram presos em todo o mundo, resultado de uma crescente intolerância por reportagens independentes. As informações são do censo anual de jornalistas presos, divulgado pelo Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ).

Segundo o documento, a China continua sendo o país que mais prende jornalistas, atualmente são 50 profissionais da comunicação encarcerados nesta nação. Em segundo lugar está Myanmar, com 26 jornalistas presos. O Egito aparece em terceiro lugar com 25 jornalistas detidos. Vietnã e Belarus fecham o top 5 com 23 e 19 profissionais da imprensa presos.



Prender jornalistas é a marca registrada de um regime autoritário

Este é o sexto ano consecutivo em que o CPJ documenta um número recorde de jornalistas presos em todo o mundo. Para Joel Simon, diretor-executivo do CPJ, este dado “reflete dois desafios indissociáveis – os governos estão determinados a controlar e administrar a informação e estão, cada vez mais, descarados em seus esforços para fazê-lo”.

“Prender jornalistas por relatar as notícias é a marca registrada de um regime autoritário. É angustiante ver muitos países na lista ano após ano, mas é especialmente horrível que Myanmar e a Etiópia tenham fechado a porta tão brutalmente para a liberdade de imprensa”, lamentou.



Os dez países que mais prenderam jornalistas em 2021

Fechando a lista dos dez países que mais prenderam jornalistas durante o ano de 2021 estão: Turquia, Eritréia, Arábia Saudita, Rússia e Irã. Nestas nações, os governantes costumam utilizar das leis de tecnologia e segurança para abafar a dissidência e continuar desrespeitando as normas internacionais sem sofrer consequências.

As acusações contra o Estado continuam sendo as mais comuns, entretanto, este ano foram documentadas as prisões de pelo menos 17 jornalistas acusados de cibercrimes, o que em alguns casos pode acabar em um processo criminal por qualquer material publicado ou distribuído na internet.

Foto: Divulgação/CPJ.

80% dos jornalistas que morreram em 2021 foram assassinados

Já no ranking dos jornalistas assassinados, temos a Índia liderando com quatro profissionais da comunicação mortos em retaliação direta por seu trabalho, e outro morto durante a cobertura de um protesto.

O México continua sendo o país ocidental mais mortífero para jornalistas, com três assassinados por suas reportagens e as motivações de outros seis homicídios sendo investigadas.

Por volta de 80% dos jornalistas que morreram pelo mundo foram assassinados. Infelizmente a impunidade reina na maior parte dos casos, o que pode incentivar os responsáveis por esses crimes contra a liberdade de imprensa e de expressão.



Luta contra a impunidade dos assassinos de jornalistas

Diante desse triste panorama apresentado no relatório, o CPJ recorda que trabalha para salvaguardar a liberdade de imprensa em todo o mundo. Sua luta contra a censura contribuiu para a libertação de mais de 100 jornalistas em todo o mundo durante o ano de 2021.

Uma das iniciativas recentes que contou com a participação do CPJ foi a criação de um ‘Tribunal do Povo’ que trata da impunidade dos assassinos de jornalistas, promovendo investigações e análises jurídicas de alta qualidade envolvendo casos específicos para fornecer uma estrutura para a justiça e a prestação de contas.

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Emílio Coutinho
Emílio Coutinho
O jornalista, professor universitário e escritor Emílio Coutinho criou a Casa dos Focas em 2012 com o objetivo de oferecer um espaço para o ensino, a reflexão, o debate e divulgação de temas ligados ao jornalismo e à comunicação em geral.
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