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Livro conta a história do jornalista mais premiado do Brasil

Sete prêmios Esso, o mais importante da imprensa brasileira. O único jornalista brasileiro que esteve nos campos de combate da Guerra do Vietnã, em 1968. Um dos fundadores do Globo Rural, programa de tevê onde brilha até hoje, no alto de seus 82 anos de idade, sendo, talvez, o profissional de imprensa mais velho em atividade nos meios de comunicação do Brasil. Este é José Hamilton Ribeiro, personagem do livro “O jornalista mais premiado do Brasil”.

A obra é resultante do meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), quando eu ainda era estudante terceiranista de jornalismo da Unisanta (Universidade Santa Cecília), de Santos/SP, minha cidade natal. Estava eu em visita à sede da Rede Globo, em São Paulo/SP, junto a um grupo de universitários. Ao sair de uma das palestras, dou de cara com ninguém menos que José Hamilton Ribeiro, ícone da nossa profissão em matéria de grande reportagem.

Logo, abri mão da minha timidez e fui perguntando:

– José Hamilton Ribeiro?

Ele confirmou. E, então, fui me apresentando:

– Meu nome é Arnon Gomes dos Santos. Sou estudante de jornalismo, de Santos/SP e queria fazer um TCC sobre você.

Surpreso, com uma fita VHS e uma agenda, ele não demorou muito a se manifestar. Disse que estava a disposição e, logo, passou seus contatos.

Era a minha “sorte”! Esta, uma característica fundamental para um bom trabalho de repórter, conforme o próprio Zé Hamilton ensina.

Foi o início de um grande aprendizado. Várias foram as entrevistas com Zé Hamilton, seja na Globo ou em seu apartamento, em São Paulo. E conheci muitos jornalistas da velha guarda, que, assim como ele, estão entre os grandes nomes da imprensa brasileira. Logo, depreendo, sem exagero: contar a história do Zé é contar a história de seis décadas de jornalismo brasileiro.

Na apresentação do TCC, em dezembro de 2004, Zé compareceu. Final pra lá de feliz! Dez com louvor da banca examinadora. Mas, logo, veio a ideia de publicar o livro. Foi uma longa estrada de dez anos até realizar este sonho. Muitos “nãos” de editoras, falta equilíbrio entre a minha agenda e a do Zé, até que, após vitória em um concurso de fomento à publicação de livros, a possibilidade de realização do sonho. O livro, enfim, saiu em 2015. E, tão marcante quanto as entrevistas com o Zé, foi aprendizado obtido na edição, em que ele deu verdadeiras aulas, mostrando como melhorar o texto e os capítulos, além de passar sugestões que engrandecessem a obra.

Arnon Gomes ao lado de José Hamilton Ribeiro. (Foto: ArquivoPessoal)

A biografia começa contando a história do menino nascido na pequena Santa Rosa de Viterbo, que, desde cedo, demonstrava vocação para o jornalismo e a literatura. Para estudar, morou em Casa Branca, São Simão, Ribeirão Preto e Franca. Em São Paulo, consagrou-se jornalista, passando pela Folha de S. Paulo, Quatro Rodas, Veja e a mítica revista Realidade, última palavra em matéria de jornalismo em revista no Brasil. Foi por essa publicação que se tornou um nome nacional, ao cobrir a Guerra do Vietnã, onde perdeu parte da perna esquerda ao pisar numa mina terrestre. Durante a ditadura militar, modernizou a imprensa do interior de São Paulo. E, desde o início dos anos 1980, trabalha na Rede Globo.

Mas este livro se propõe ir além. Procuro explicar o motivo de, entre os jornalistas de sua geração, provavelmente a mais brilhante da história da imprensa brasileira, Zé Hamilton ser o único a ficar tanto tempo na reportagem, mesmo com o avanço da TV e, posteriormente, da internet. Além disso, me propus a desvendar quais os macetes que o tornaram o jornalista brasileiro com o maior número de prêmios. E mais: resgatei suas reportagens inesquecíveis, em momentos cruciais da vida brasileira, e o legado que deixou.

Toda essa saga é contada com depoimentos do próprio biografado e também de pessoas que conviveram com ele. São jornalistas, que, assim como o biografado, possuem grandes trajetórias, além de amigos e familiares. Bastante ilustrado, o livro é dividido em dez capítulos e tem 260 páginas. O prefácio é de autoria do também jornalista Sérgio Dávila, editor-executivo da Folha de S. Paulo e genro de José Hamilton.

Por Arnon Gomes.

Sobre o autor

Arnon Gomes é jornalista formado pela Unisanta (Universidade Santa Cecília), nascido em Santos (SP), em 25 de fevereiro de 1983. É editor-chefe do jornal “Folha da Região”, de Araçatuba (SP). Tem pós-graduação em História e Cultura e é autor de outros quatro livros “Com véu de alegoria – cem anos de carnaval em Araçatuba” (Somos, 2008), “Genilson Senche, homem de ideias e ação” (Somos, 2011), “Tuco, uma vida dedicada à educação” (Ekográfica, 2017) e “Napo, o Arquivo da Velha Senhora” (Ekográfica, 2017). É também membro da Academia Araçatubense de Letras desde novembro de 2015.

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