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O que é Jornalismo?

Como é que é? Quer saber o que é o Jornalismo? Taí uma boa pergunta para se começar uma história que vem de longe e vai pra mais longe ainda. Não pode parar nem para ser contada. Nem dá para explicar o que é o Jornalismo sem envolver a História. Ou, de outro modo, em outro dizer, não dá para contar a História sem envolver o Jornalismo.

Curioso isso, não? Pois o Jornalismo, acredite, é realmente muito curioso. Tão curioso quanto a nossa própria história. E é tão próximo, que vive dessa curiosidade. Curiosidade de quem quer saber, curiosidade de quem quer contar. Claro que você acha tudo isso curioso porque na verdade todo mundo é curioso. E quem não for muito curioso totalmente curioso nunca vai ser um bom Jornalista. Jornalista que não é curioso não só não vai longe como até mesmo nem vai.

Saiba, pois, que a curiosidade foi que moveu e continua movendo o mundo. Se o homem não fosse curioso, eu digo desde logo, do comecinho do mundo, quando o bicho homem ainda era meio macaco (e os manos macacos que me perdoem por apontá-los assim, juro que adoro meus ancestrais. São muito simpáticos, não são?), pois é, se os macacos dos bem antigamente não tivessem sido curiosos, hoje, por exemplo não estaríamos voando nesses grandes jatos que carregam meio milhar de pessoas pelos ares do mundo, em tão poucas horas. Muito menos teríamos chegado na lua…

(Foto: Pixabay)

“…já chegaram na lua?…”

A macaquice de pular de uma árvore para a outra procurando alimentos num local um pouco mais longe, ou a correria de encontrar água farta pra macacada inteira e coisas assim deu nisso.

E aí veio aquele papo: “Por que o “Macacão” saiu? Pra onde foi o “Macacão”? Quando foi que o “Macacão” foi pra lá? Como foi o “Macacão”? O que o “Macacão” foi fazer lá? Perguntas, perguntas, e mais perguntas. Quem? Como? Quando? Onde? O que? Por que? Que diabos aconteceu com o “Macacão”, um “Macacão” no bom sentido, que se jogou no mundo para mudar o mundo ou salvar seus iguais.

No momento em que um informante que tinha vivido ou presenciado os acontecimentos relativos ao “Macacão” respondeu todas essas perguntas a quem lhe perguntou, surgiu a primeira reportagem. Sim, o humilde macaquinho que ficou de olho e de ouvidos alertas conseguiu dar o grande “furo” de sua vida. Esse macaco que nos contou tudo, deu uma de repórter. Antes procurou se informar para contar a história, Jornalismo puro. Jornalismo então é isso, a história contada e narrada de maneira simples, direta e objetiva, contada por quem viu ou viveu o fato. Tudo dito pelas fontes. Bimba! Preceitos do Jornalismo. Clareza, veracidade, objetividade.

A partir do momento em que esse macaquinho (ou Macacão, que seja), ofereceu esses esclarecimentos tão ansiados pela macacada no geral, transformou-se no grande informante que provocaria os: “Ah, bom! Foi isso, então?” Não, o Macacão ou macaquinho não era “o cara que sabia das coisas”, ao contrário, era um curioso, o mais curioso dos macacos, o cara que ia atrás das dicas, do diz-que-diz para conhecer detalhes e compor uma história, um conto, uma passagem, uma informação valiosa. Acho que foi assim e desde esse tempo o Jornalismo passou a servir exatamente para isso: informar os fatos mais importantes e necessários até para a sobrevivência do grupo.

Vai daí surge a resposta para o que serve o Jornalismo, serve exatamente para isso: para mostrar as coisas do mundo. Para explicar, para alertar, para contentar, para passar adiante informações que um grupo, uma comunidade, uma cidade, um estado, um país, o mundo enfim precisa saber.

Não, o jornalista não tem, necessariamente, nenhum pendor sobrenatural, ele não está acima de tudo ou de todos, nada disso. O jornalista é antes de mais nada e especialmente um curioso, um simples curioso. Ou até o mais curioso dos caras que querem saber das coisas, dos detalhes, de como tudo funciona e porque tudo funciona do jeito que funciona. E por que não funciona do outro jeito que outra pessoa possa ter criado ou desenvolvido. Cada um tem sua história, já dizia o sábio cantador Renato Teixeira e essas histórias são contadas por contadores que, mesmo não tendo vivido os pedaços dessa mesma história, se tornaram participantes delas, na medida em que ouviram as fontes, repercutiram o que disseram essas fontes, contaram, jogaram para o mundo.

O Jornalismo feito por jornalistas conta histórias catadas, vividas, sofridas, alegres ou tristes, porém autênticas e verdadeiras. Histórias contadas por fontes que viveram o momento, o pedaço, a dor ou a alegria. São fontes que fizeram ou viram como é que se faz. Fontes que desenvolveram ou ajudaram a desenvolver. Fontes que são a própria informação, água pura, água de fonte. O jornalista bebe essa água para contar todas essas histórias para quem está longe, para quem vive outro ambiente, outras histórias, porque cada um tem realmente a sua história.

Já se viu, o jornalista é um contador de histórias e o Jornalismo é o mundo das histórias.

Jornalismo não é ficção, não é história inventada. Jornalismo é história vivida, história sofrida, história buscada, história passada. Nada sai da cabeça do jornalista, a não ser a maneira própria de escrever, a técnica em expor o assunto. O assunto é puro, é autêntico, sofrido ou doído, alegre ou triste. O assunto exposto é claro, objetivo e informativo. Jornalista é contador de histórias autênticas e Jornalismo é a própria história. Histórias que respondem quem, quando, como, onde, como e por que tudo se fez, tudo foi feito.

Nada se cria, nada se inventa, nada sai da cabeça do repórter ou do contador da história, o jornalista apenas dá vida aos fatos, à história que aconteceu. Jornalismo existe exatamente para isso, contar o que foi, como foi, quem foi, porque foi, onde foi.

O Jornalismo existe para contar a vida como ela é.

Por Edgard de Oliveira Barros

Perfil de Edgard de Oliveira Barros

Edgar de Oliveira Barros

O professor Edgard de Oliveira Barros está há 40 anos no jornalismo, tendo iniciado sua carreira na redação dos Diários e Emissoras Associadas, a maior cadeia de jornais, emissoras de rádio e de televisão que o Brasil já teve.

É bacharel em Direito pela Universidade Mackenzie, foi repórter de jornais Associados, tendo trabalhado também nas extintas rádio Difusora e TV Tupi. No meio do caminho teve a Propaganda e Edgard trabalhou na MPM Propaganda, para depois fundar a sua própria empresa de publicidade, através da qual ganhou vários prêmios.

Durante 10 anos foi diretor de redação do extinto Diário Popular. Deixando o Diário Popular começou a dar aulas na FACOM/UniFIAM no ano de 1986.

Criou o jornal Imprensa Livre na cidade de Atibaia, com circulação regional. Semanário, o jornal passou a diário tendo inclusive implantado seu próprio parque gráfico com modernas rotativas. Trabalhava no mínimo 18 horas por dia e todos os dias. Cansou.

E faltou dinheiro. Parou o jornal e voltou a dar aulas, sua paixão, na FIAM. Publicou três livros de crônicas e um livro-manual de Jornalismo dedicado aos alunos da escola: Quem? Quando? Como? Onde? O quê? Por quê?.

Acompanhe os textos do Professor Edgar publicados na página Mixtura Fina.

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