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Cinco livros-reportagem premiados escritos por mulheres jornalistas

Conheça mulheres jornalistas que escreveram brilhantes e premiadas obras, tornando-se referências para todos que desejam trabalhar com as palavras no exercício diário da reportagem.

Foto: Montagem/Divulgação.

Com o objetivo de celebrar o 8 de março, data na qual comemoramos o Dia Internacional das Mulheres, a Casa dos Focas selecionou cinco livros-reportagem escritos por grandes nomes femininos do jornalismo brasileiro. Estas escritoras se tornaram referências para todas àquelas que desejam trabalhar com as palavras no exercício diário da reportagem.

A lista inclui autoras premiadas com os mais altos títulos do jornalismo e da literatura mundial. As publicações citadas abaixo são um prato cheio para todos amantes da literatura e do bom jornalismo. Consideramos que esses livros deveriam ser leitura obrigatória em todas as faculdades de jornalismo do Brasil.



01 – Holocausto brasileiro, por Daniela Arbex

Foto: Montagem/Divulgação.

Este livro-reportagem lançado no ano de 2013 trata sobre o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena (MG), popularmente conhecido como Colônia, palco de uma das maiores barbáries do Brasil. Conhecido como Holocausto brasileiro, este hospital psiquiátrico abrigava, da pior forma possível, pessoas com deficiências mentais e todo o tipo de gente considerada fora dos padrões sociais daquela época.

Na obra, Daniela Arbex entrevista sobreviventes e ex-funcionários resgatando os emocionantes relatos das pessoas que viveram de perto toda a tortura cometida por uma instituição com o propósito de limpeza social comparável ao Nazismo Alemão. O relato além de essencial se tornou um marco do jornalismo investigativo no país, tornando-se mais tarde documentário produzido com exclusividade para a HBO.

Daniela Arbex é uma jornalista, escritora e documentarista dedicada à defesa dos direitos humanos. Ao longo de sua carreira já ganhou 26 prêmios por suas reportagens. Outros livros escritos e publicados por ela são: Cova 312 (vencedor do prêmio Jabuti, em 2016, na categoria livro-reportagem); Todo dia a mesma noite: A história não contada da boate Kiss (que se tornou série na Netflix); Os dois mundos de Isabel; e Arrastados: os bastidores do rompimento da barragem de Brumadinho, o maior desastre humanitário do Brasil.



02 – A vida que ninguém vê, por Eliane Brum

Foto: Montagem/Divulgação.

Vencedor do Prêmio Jabuti de Reportagem em 2007, este livro-reportagem apresenta a visão atenta e sensível de uma repórter que encontra, nas simples ações do cotidiano, fatos admiráveis que não costumam virar notícia. Eliane Brum procura o mundo admirável presente na vida de pessoas anônimas, provando que não existem vidas comuns para aqueles que possuem um olhar atento e humano.

Dentre as fascinantes histórias da vida real presentes na obra estão: o mendigo que jamais pediu coisa alguma; o carregador de malas do aeroporto que nunca voou; o macaco que ao fugir da jaula foi ao bar beber uma cerveja; o álbum de fotografias atirado no lixo que começa com uma moça de família e termina com uma corista; o homem que comia vidro, mas só se machucava com a invisibilidade.

Nascida na cidade de Ijuí, localizada no Rio Grande do Sul, a jornalista Eliane Brum iniciou no jornalismo no ano de 1988, tornando-se uma das repórteres mais premiadas do Brasil. Outros livros publicados por ela são: Coluna Prestes – O Avesso da Lenda; O Olho da Rua – uma repórter em busca da literatura da vida real; Uma Duas; A menina quebrada; Meus desacontecimentos – A história da minha vida com as palavras; Brasil, construtor de ruínas; e Banzeiro òkòtó: Uma viagem à Amazônia Centro do Mundo.



03 – Presos que menstruam, por Nana Queiroz

Foto: Montagem/Divulgação.

Ao tratar sobre o cotidiano das presidiárias brasileiras, Nana Queiroz quebra tabus, revelando como não há distinção de gênero no sistema carcerário. Apesar de terem necessidades distintas, homens e mulheres recebem os mesmos e escassos meios de sobrevivência nas celas do país. Este livro é de extrema importância para se refletir sobre a negligência do Estado em relação à população penitenciária feminina do Brasil.

O título desta obra foi tirado de uma triste realidade vivida por presidiárias em todo o país. Quando estão menstruadas, uma das questões mais naturais do universo feminino, as mulheres que cumprem pena nos presídios brasileiros muitas vezes não têm acesso a materiais de cuidado íntimo básico, sendo obrigadas a improvisar utilizando miolo de pão como absorvente interno.

Além de jornalista, Nana Queiroz é escritora, roteirista, educadora de gênero e fundadora da Revista AzMinas. Referência no jornalismo feminista brasileiro, a profissional dedica sua carreira na defensa dos direitos das mulheres, tendo sido a fundadora do Movimento ‘Eu Não Mereço Ser Estuprada’, contra a culpabilização das vítimas de estupro, que ganhou repercussão internacional. Outras obras de sua autoria são: Você já é feminista; Os meninos são a cura para o machismo; e Eu, travesti: Memórias de Luisa Marilac.



4 – Máquina do ódio: Notas de uma repórter sobre fake news e violência digital, por Patrícia Campos Mello

Foto: Montagem/Divulgação.

No ano de 2018, após publicar uma série de reportagens sobre o financiamento de disparos em massa no WhatsApp, denunciando o então candidato Jair Bolsonaro de se beneficiar dessa rede de disseminação de notícias falsas, Patrícia Campos Mello tornou-se alvo de uma violenta campanha de difamação e intimidação estimulada pelo chamado gabinete do ódio e por suas milícias digitais.

O livro trata sobre a manipulação das redes sociais por lideranças populistas e como as campanhas de difamação propagadas pelas redes sociais funcionam à maneira de censura, tendo como alvos preferenciais mulheres jornalistas. Como forma de exemplificar a situação da liberdade de imprensa no país, são detalhados os ataques realizados contra a própria jornalista durante os bastidores das reportagens.

Premiada nacional e internacionalmente, Patrícia Campos Mello atuou no extinto Jornal da Tarde, na Gazeta Mercantil, no Valor Econômico, no Estado de S. Paulo e na BandNews TV. Atualmente é repórter e colunista no jornal Folha de S.Paulo e comentarista no Jornal da Cultura. Outros livros escritos pela autora são: O mundo tem medo da China? Nós também. O maior enigma da economia mundial; Índia – Da miséria à potência; Lua de Mel em Kobane; e Fronteiras: Territórios da literatura e da geopolítica.



05 – Malala, a menina que queria ir para a escola, por Adriana Carranca

Foto: Montagem/Divulgação.

Com uma linguagem simples, mas não rasa, a jornalista Adriana Carranca narra a história de Malala Yousafzai, paquistanesa que aos 14 anos foi baleada por membros do Talibã por defender a educação feminina. Após visitar o local do atentado e hospedar-se com uma família local, a repórter brasileira narra o que viu e aprendeu, apresentando às crianças a surpreendente história de superação e luta da mais jovem ganhadora do prêmio Nobel da paz.

Neste livro-reportagem, a autora brasileira descreve, com riqueza de detalhes, a comunidade na qual Malala vivia e como tudo mudou após a invasão dos extremistas do Talibã, que impuseram suas leis machistas e radicais. São explicados ainda os termos mais importantes para entender a vida desta corajosa menina que resolveu desafiar os que a tentaram calar. O livro é todo ilustrado de forma leve e colorida por Bruna Assis Brasil.

A escritora e jornalista Adriana Carranca é especializada na cobertura de conflitos, crises humanitárias e direitos humanos, tendo sempre um olhar especial para a condição das mulheres. Dentre os principais prêmios que recebeu estão o Líbero Badaró de Jornalismo e o Troféu Mulher Imprensa. Em 2016 foi considerada uma das dez jornalistas brasileiras mais admiradas. Outros livros escritos pela repórter são: O Irã sob o chador; e O Afeganistão depois do Talibã.

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Olivia Vega
Olivia Vega
Sou a Olivia Vega Lima, estudante de jornalismo, estagiária de comunicação corporativa e apaixonada por jornalismo investigativo. Em meu tempo livre consumo documentários, livros, séries e podcasts sobre investigações e crimes reais. Meu instagram é @aoliviavega.
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