InícioListasCursos de jornalismo são avaliados pelos alunos (Parte 2)

Cursos de jornalismo são avaliados pelos alunos (Parte 2)

Continuamos hoje a avaliação, feita pelos próprios alunos, dos cursos de jornalismo de São Paulo (Leia a primeira parte aqui). Nosso intuito é auxiliar os estudantes que pretendem ingressar no curso de comunicação neste segundo semestre. Não temos o menor interesse em fazer propaganda dessa ou daquela instituição, seja ela positiva ou negativa.

Os estudantes entrevistados estão cursando jornalismo há pelo menos um ano na mesma instituição. Atendendo aos pedidos de alguns deles e também para incentivar os cometários tanto positivos como negativos dos respectivos cursos, publicaremos essas avaliações sem citar os nomes dos estudantes.

Curso de Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero

Mensalidade: R$ 1.418,57
Currículo do curso

Coordenador: Professor Carlos Costa

Site

Telefone: (11) 3170-5876

Endereço: Av. Paulista, 900 – Cerqueira César – São Paulo – SP CEP 01310-940

Avaliação: A Faculdade Cásper Líbero é a mais tradicional do país. Foi fundada em 1947 pelo empresário e jornalista Cásper Líbero, e foi a primeira a ter cursos voltados apenas para a comunicação, com foco em jornalismo – antes mesmo da Universidade de São Paulo, a USP. A tradição faz o nome da faculdade hoje, que não corresponde à “melhor qualidade de ensino”.

Como toda faculdade, a Cásper tem bons professores e péssimos professores, mas faz parte do aprendizado saber lidar com todas essas pessoas e tirar a melhor lição de cada uma delas (porque sim!, também podemos aprender muito com os maus profissionais, rs). A melhor parte de a Cásper ter bons profissionais é que muitos deles estão no mercado de trabalho, o que faz com que o estudante tenha um contato maior com a realidade e possa realmente fazer contatos nas melhores redações do país. Muitos professores indicam seus alunos para as seleções das vagas de estágio, essa é uma ótima porta de entrada.

O curso é anual, mas após a implementação de algumas modificações será semestral. A grade curricular está defasada, mas novas disciplinas serão implementadas nos próximos anos, aguardam apenas questões burocráticas para implementação.

Atualmente, um dos diferenciais da Cásper são os órgãos laboratoriais: a rádio universitária Gazeta AM, o programa de TV Edição Extra, que vai ao na TV Gazeta todo primeiro domingo do mês à meia noite, e a revista Esquinas. Nós perdemos um de nossos laboratório, fundamentais, o Site de Jornalismo que era mantido pelos estudantes de jornalismo, em razão de uma política da Fundação. Ainda assim, nos resta o Paulista900, mantidos pelos alunos do 3º ano de jornalismo. Em geral, os estudantes da Cásper têm a possibilidade de aprender na prática, desde o primeiro dia de aula, a fazer jornalismo por meios dos órgãos laboratoriais, basta ter vontade de aprender!, ninguém vai te procurar para ensinar o que você não quer, ok!? Tem que ir à luta e colaborar com os laboratórios.

Além disso, a Cásper faz parte de um complexo de comunicação composto pela Rede Gazeta de Televisão, as Rádios Gazeta AM e FM e o site GazetaEsportiva.Net que possibilitam aos estudantes aprender ao lado de ótimos profissionais e ter 100% de desconto na mensalidade, como monitores ou estagiários. Outro ponto positivo é a localização, de fácil acesso por estar na Avenida Paulista.

O pontos negativos são a mensalidade alta, atualmente de R$1.418,57 para os cursos de Jornalismo, Publicidade e Relações Públicas, e de R$ 1.830,10 para os estudantes de Rádio e TV; e a “tradição” da faculdade por ter sido a primeira a ser fundada no país. Sim! A tradição tem o lado bom e o lado ruim. O lado bom é que como a Cásper foi a primeira, tem muitos profissionais das antigas no mercado que formam uma “máfia”. Muitos chefes das redações atuais estudaram na Cásper e isso ajuda a manter a fama que nem sempre corresponde à realidade e também na hora da contratação nas grandes empresas. O lado ruim é que a tradição mascara a realidade e os estudantes da Cásper se acham melhores que os das outras faculdades mesmo tendo uma formação muitas vezes precária, e aí não correm atrás do prejuízo. Outro ponto negativo é o fato de a faculdade estar toda em um único prédio, e sem ventilação! As janelas são todas parafusadas porque eles acham que a gente pode querer se jogar de lá de cima – para vocês verem como a situação dos jornalistas está calamitosa, rs, pensem bem antes de escolher a profissão, rs.

No fundo, estudar na Faculdade Cásper Líbero é só uma opção. Você quer ter a marca “Cásper Líbero”!? Então vale a pena. Mas se você está preocupado em ser apenas um bom profissional, várias outras faculdades também podem te dar essa formação. O importante é ter uma boa dose de esquizofrenia e ser apaixonado pela arte de fuçar e contar boas histórias.

Curso de Jornalismo na FAPSP (Faculdade do Povo)

Mensalidade: R$ 550,00
Currículo do curso

Coordenadora
: Profª. Patrícia Paixão

Site

Telefone: (11) 3355-4040

Endereço: Rua Barão de Itapetininga, 163 – Edifício Louzã, 1º andar, República – 01042-910 – São Paulo /SP

Avaliação: A Faculdade do Povo tem uma infraestrutura moderna, considerada bem à frente das demais. Com datashows instalados em todas salas de aula e dois laboratórios de informática equipados com softwares de última geração, além das salas de aula, biblioteca, ilhas de edição e estudo de rádio. O relacionamento entre alunos e funcionários acontece de maneira gentil, sempre com clareza e prestatividade. O local que está localizada é de fácil acesso e localização, sem falar que o próprio Centro de São Paulo é o cenário perfeito para estudantes de jornalismo, que a cada esquina, topam com uma pauta diferente. O site é arrojado e super moderno, as informações são sempre bem destacadas. A secretaria é muito competente no que diz respeito aos avisos e prazos.

O corpo docente é outro diferencial. Formado por Mestres e Doutores, os professores da FAPSP se empenham em fazer o aluno praticar o ofício do jornalismo desde o início do curso, com muitos debatem em sala de aula, exercitando e construindo um senso crítico de cada um, sempre incentivando os discentes a aplicar na prática as atividades que terão contato quando formados. A valorização da capacidade individual por parte dos professores é outro antídoto para que os alunos da FAPSP sejam sempre satisfeitos com o ensino que recebem. Há proximidade entre mestre e discípulo, relação altamente necessária para que o “foca” ganhe autoconfiança e se reconheça como futuro profissional.

O tamanho da instituição deixa a desejar, pois ocupa apenas um único andar de um prédio. Além disso, a faculdade é nova no mercado, o que causa certo receito para iniciantes, que buscam, além de uma boa formação, um nome de peso para o currículo. O consenso geral é de que “a partir do momento em que profissionais de qualidade fincarem seus nomes no mercado, a marca da instituição se consolidará”. E isso requer tempo, e principalmente esforço por parte dos alunos. Alguns reclamam do nome da instituição, acham que desvaloriza o currículo, mas quem faz a FAPSP não tem dúvida. No futuro, isso será um grande diferencial.

Só quem faz a FAPSP entende o que é uma faculdade de comunicação de verdade.

Curso de Jornalismo na Universidade Cruzeiro do Sul

Mensalidade: R$ 760,00
Currículo do curso

Coordenador
: Prof. Ms. Carlos Jorge Barros Monteiro

Site
Telefone: (11)  20375700 / 26726200

Campus São Miguel:  Av. Dr. Ussiel Cirilo, 225 – São Paulo/SP
Campus Anália Franco: Av. Regente Feijó, 1.295 – São Paulo/SP

Avaliação: Um dos aspectos que me deixa contente em relação ao curso de jornalismo na Cruzeiro do Sul é a oportunidade de ter contato com alguns professores incríveis que, sem dúvida alguma, são diferenciais da Universidade. É claro que existem algumas exceções, mas numa visão geral do curso até o momento (6º semestre), passaram por nós alguns profissionais que deixam saudade e que enriqueceram muito nosso olhar jornalístico. O que poderia ser revisto, é o critério que se usa para avaliar o desempenho dos professores que, nem sempre, atingem o esperado pelos alunos e pelo perfil que o próprio curso exige.

Outra questão importante e fundamental é a qualidade da biblioteca. Existe uma quantidade inquestionável de exemplares, profissionais dispostos a ajudar na busca dentro do acervo tão grande, um sistema ótimo integrado à área do aluno online que facilita reservas, devoluções, prorrogações de empréstimos. É realmente incrível.

O núcleo de comunicação também é um caso a parte. Neste, apesar de algumas instalações estarem desgastadas e precisando de ajustes e reformas, também existe uma estrutura boa para produção de conteúdos. Estúdios de TV, rádio e fotografia, além de ilhas de edição, laboratório de informática e todos os tipos de equipamentos. Nesse caso, o que precisar ser melhorado, e muito, é o treinamento que se dá para os funcionários do núcleo. Falta orientação para que os alunos aprendam a lidar com os equipamentos. Outra questão importante é a dificuldade de agendamento, já que os estúdios e ilhas são poucos para a quantidade de alunos de comunicação que a universidade tem.

Existe também um jornal experimental, que é produzido pelos próprios alunos de jornalismo e passa por todas as etapas de redação (reunião de pauta, produção da reportagem, fotografia, diagramação, impressão e distribuição). Há também uma agência de notícias online, para a qual produzimos notas e notícias semanalmente. Infelizmente funciona em forma de blog. Nesse aspecto falta incentivo da Universidade, como por exemplo, em linkar essa página no site oficial e divulgar nossos conteúdos.

Temos também um bom relacionamento com o coordenador do curso e nos momentos em que tivemos problemas em relação ao curso, professores e grade curricular, fomos ouvidos e na maioria dos casos atendidos. Há boatos de que talvez o curso de jornalismo seja extinto na Universidade, mas ainda é uma causa pela qual estamos lutando. Espero que não aconteça.

Leia também:

– Sociedade da informação ou sociedade da ignorância

– A falsa imparcialidade é pior do que a parcialidade

– Exigir o diploma ou não? Eis a questão…


Por Emílio Portugal Coutinho.

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Emílio Coutinho
Emílio Coutinho
O jornalista, professor universitário e escritor Emílio Coutinho criou a Casa dos Focas em 2012 com o objetivo de oferecer um espaço para o ensino, a reflexão, o debate e divulgação de temas ligados ao jornalismo e à comunicação em geral.
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4 COMENTÁRIOS

  1. Caro Emílio, o curso da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) tem uma grade curricular pra lá de defasada, sem falar que alguns professores estão mais pra palhaços, de tão engraçados dando aula. Temos uma disciplina, História da Arte, que não consigo enxergar a relevância dela. Talvez seja minha ignorância que é grande demais. Mas, enfim, também precisamos buscar conhecimentos fora da universidade. Abraços

    • Concordo com sua última afirmação: “também precisamos buscar conhecimentos fora da universidade”. A faculdade é muito importante, mas se ficarmos esperando que ela nos forme completamente, nunca estaremos totalmente prontos para o mercado de trabalho.

  2. Olá.
    Gostaria muito de fazer jornalismo, e claro que a opção dos sonhos seria a Cásper, mas como cita no texto, a mensalidade é muito alta, e fora da minha realidade. Acabei escolhendo a Cruzeiro do Sul como a faculdade que tenho que fazer, e gostaria de uma opinião, para saber se é realmente uma boa escolha.
    Também gostaria da opinião sobre o fato de todos falarem (ou pelo menos a maioria) que é um curso que não precisa de diploma, e que é dinheiro jogado fora. Claro que vou fazer meu curso, pois é a única coisa que me interessa, mas seria legal, se postasse um texto mostrando as vantagens de ser um jornalista!
    Obrigada!

  3. Rolou uma boa vontade em relação à Cásper. Essa faculdade foi a maior decepção que eu tive no âmbito acadêmico, e foi graças a ela que repensei minhas ideias a respeito do diploma de jornalismo. Que me perdoem os colegas de classe, mas o perfil do aluno que ingressa na faculdade também não colabora em nada. A fundação tem como “trunfo” o foco em humanidades, mas os alunos não estão nem um pouco interessados em estudar antropologia, filosofia e ciências sociais. O resultado é que esses cursos ficam jogados às traças, com professores desinteressados dando aula para 3 almas penadas.

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