Na vila Tijuco, comerciantes e moradores já veem com naturalidade o curioso hábito matinal da cadelinha Jully. Todos os dias, ao acompanhar seu tutor até o mercado, a cachorra carrega a edição do dia da Folha Metropolitana até a porta de casa. E ainda deixa o exemplar na cama ou no sofá.
O podólogo Marcos Cabral de Jesus, 56 anos, conta que a cadelinha de 9 anos, uma Coker mestiça, sempre se apoiava em suas pernas pedindo o exemplar. “Eu dobrava e colocava em sua boca e ela passou a carregar, sem nenhum treino”, diz o tutor, que ainda conta que se a edição não for entregue, ela continua pedindo.
A família Cabral considera que Jully é mesmo uma cadela pró-ativa, uma vez que se oferece para carregar outras coisas, como sacolas com compras, molho de chaves ou porta moeda.
“Quando chego com compras da feira ela pede. O curioso é que ela não mexe no alimento, apenas deixa na cozinha e volta para pegar mais”, relata Cabral, que seleciona os pacotes leves para que a cadelinha não carregue peso.
Jully é tida como uma criança na casa em que chegou por meio de uma pessoa especial para eles. Samia Iwai Cabral, filha de Marcos, que faleceu em fevereiro, aos 27 anos. “Ela me perguntou se podia trazer a cachorrinha e eu disse, ‘sim, mas não conta para sua mãe’. Foi assim que a Jully entrou na família.”
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Por Deisy de Assis (Publicado na Folha Metropolitana de domingo, 2 de junho de 2013).